sábado, 8 de maio de 2010

Sobre Artistas: Isaura Pena

O blog é, antes de tudo, um espaço para discussão da arte e dos trabalhos que desenvolvidos em sala e fora dela, individuais e coletivos. Considerando a importância dos artistas brasileiros na formação de uma arte brasileira, vamos apontar aqui alguns nomes e mostrar um pouco de sua produção. Para começar, falamos de um nome muito importante do cenário artístico mineiro e brasileiro, Isaura Pena.



Isaura Caporali Pena
nasceu em Belo Horizonte, em 1958. Artista plástica graduada em desenho pela Escola de Belas Artes da UFMG, Belo Horizonte. Fez cursos de litografia com Lotus Lobo e freqüentou o Núcleo Experimental, dirigido por Amilcar de Castro. Em 1978, fundou, em Belo Horizonte, com Ana Horta, Andréia Guimarães, Beth Cavalcanti e Wanda Sgarbi, a Escolinha de Arte Quintal, onde, de 1978 a 1982, dá aulas para crianças pequenas. Em 1984, funda com Andréia Guimarães em Belo Horizonte, a Escolinha de Arte do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), e, em 1990, torna-se professora de Desenho no Curso Livre de Artes Plásticas da Escola Guignard. Com Andréa Guimarães, Eduardo Motta e Patrícia Leite, fundou o ateliê de artes plásticas Risco e Rabisco, e com Roberto Guimarães, Marcos Benjamim, Getúlio Moreira e Patrícia Leite, fundou o Atelier Bonfim.
Recebeu diversas premiações pelos salões de arte mais importantes do país e possui obras nos acervos de museus e instituições, como o Museu de Arte da Pampulha em Belo Horizonte, Museu Nacional de Belas Artes e Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro, Museu de Arte do Rio Grande do Sul em Porto Alegre, Museu de Arte Contemporânea em Curitiba, Centro Cultural Cândido Mendes no Rio e Universidade Federal de Minas Gerais em Belo Horizonte.



Depoimento da artista



"O desenho é instantâneo, capta o momento. Ele revela a linha trêmula, a linha nervosa ou a linha frágil. O desenho é momentâneo e a pintura requer várias etapas. No desenho o branco do papel faz parte, ele é fundamental, na pintura não.
(...)
Um e outro exigem de mim um pensamento e uma atitude diferentes. O desenho, como eu já falei, é instantâneo, é mais ou menos como você pegar num lápis e assinar seu nome; e então é ou não é, erra ou acerta. E se não ficou bom, tem que rasgar e jogar fora. E a pintura não, ela envolve um processo mais demorado, a pintura requer várias etapas. Eu já experimentei algumas vezes fazer, na tela, exatamente o que faço no papel.
(...)
Quando eu pego uma folha branca, quando eu estico, por exemplo, um papel de 4 metros no chão, 4 metros completamente brancos, a sensação que eu tenho é como se eu estivesse em frente a uma piscina calma. E começar a desenhar é parecido com pular numa piscina e agitar a água calma. É como se eu quebrasse alguma coisa.
(...)
Eu sei exatamente o dia em que comecei a desenhar. O dia em que eu decididamente fui comprar um rolo de papel porque eu queria fazer um desenho grande, não sabia exatamente o quê, mas o material já estava escolhido, o papel e o nanquim. Eu tinha uma vontade de experimentar algo novo. Eu pintava nessa época. Não desenhava. Existia em mim uma ansiedade, uma necessidade de fazer alguma coisa em que eu mesma levasse susto."


Isaura Pena: depoimento. Coleção Circuito Atelier.
Belo Horizonte: C/ Arte, 2000, p. 32-33 e 37.


Veja alguns trabalhos de Isaura:






Todos os textos, depoimentos e imagens aqui apresentados estão disponíveis no site: http://www.comartevirtual.com.br/isaupena.htm

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